domingo, 24 de novembro de 2013

Perturbações da Linguagem e da Comunicação



"Os problemas de comunicação dizem respeito, essencialmente, aos problemas da fala e da linguagem. Por problemas da fala entendem-se as perturbações ligadas à voz, à articulação dos sons e à fluência. Estas perturbações ocorrem na transmissão e uso do sistema smbólico oral. Por problemas de linguagem entendem-se as perturbações ou o desenvolvimento atípico da compreensão e/ou do uso do sitema simbólio falado, escrito e/ou qualquer outro. As perturbações podem envolver:
(1) a forma da linguagem (fonologia, morfologia e sintaxe);
(2) o conteúdo da linguagem (semântica);
(3) a função comunicativa da linguagem em qualquer combinação (pragmática)."
 
(American Speach-Language-Hearing Association/ASHA, 1992 in A Escola Contemporânea e a inclusão de alunos com NEE, Luís de Miranda Correia, p.26, Porto Editora)


Comunicação Aumentativa e Alternativa


O silêncio também é uma forma de comunicar.

“Ser sensível aos silêncios e aprender a interpretá-los é uma exigência da comunicação” (Fachada, 2006)

No últimos anos verifica-se em Portugal uma preocupação crescente em proporcionar intervenções adequadas a crianças e jovens com NEE e a adultos com problemas de comunicação e linguagem. Deve-se pensar, pois, nas opções que os profissionais que intervêm nesta área têm disponíveis. Não há receitas, devendo acima de tudo a intervenção privilegiar a adequação de contextos e de atitudes, tendo em vista melhorar  a qualidade de vida de crianças, jovens e adultos com problemas de comunicação e linguagem. Usam-se, pois, signos gestuais, gráficos e tangíveis entre pessoas com DAE.
Há um número significativo de pessoas que não é capaz de comunicar através da fala, ou nas quais a fala não é suficiente. Assim, necessitam de um modo de coomunicação não oral como complemento da fala.
 
"O fato de se proporcionar uma forma de comunicação alternativa às crianças  e aos adultos que não podem expressar-se através da fala tem como consequência melhorar a sua qualidade de vida, proporcionando-lhes uma maior controlo sobre a sua vida e maior auto-estima, dando-lhes oportunidade de sentirem maior igualdade na sociedade."
(in Introdução à Comunicação Aumentativa e Alternativa, Stephen von Tetzchner, Harald Martinsen, Porto Editora)
 
A escolha do sistema de comunicação deve ponderar a situação global de cada pessoa!
 
A comunicação alternativa poderá ser  a principal forma de comunicação de todos os que não conseguem falar, ou dos que apresentam problemas de fala menos graves. Podem necessitar dela para aprender a falar ou para aumentar a sua comunicação e tornar a fala mais compreensível.

1) Comunicação Alternativa:  é qualquer forma de comunicação diferente da fala e usada por um indivíduo em contextos de comunicação frente a frente. Os signos gestuais e gráficos, o código Morse, a escrita, entre outros, são formas alternativas de comunicação para indivíduos que carecem da capacidade de falar.
2) Comunicação Aumentativa: significa comunicação complementar ou de apoio. A apalvra "aumentativa" sublinha o fato de o nsino das formas alternativas de comunicação ter um duplo objetivo: promover e apoiar a fala e garantir uma forma de comunicação alternativa se a pessoa não aprender a falar.

Os elementos que constituem os sistemas alternativos de comunicação são signos gestuais (incluem a língua gestual dos surdos e outros signos realizados com as mãos), os signos gráficos (incluem todos os signos produzidos graficamente, como o BLISS, SPC, PIC, Rebus, entre outros) e os signos tangíveis (geralmente feitos em madeira ou plástico, como por exemplo, as fichas Premack). Alguns signos tangíveis são elaborados para cegos ou pessoas com deficiência visual e podem ser designados como "signos táteis". também são feitos em plástico ou madeira, apresentado formas e texturas diferentes.
 
(in Introdução à Comunicação Aumentativa e Alternativa, Stephen von Tetzchner, Harald Martinsen, Porto Editora)
 
 

 

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Perturbações do Espetro do Autismo

 
O que é o Autismo?
 
"Desordem do desenvolvimento caracterizada por uma dificuldade significativa e comunicar e interagir socilamente e pela presença de comportamentos atípicos tal como respostas inusitadas e insistência nas rotinas ou uniformidade." (in Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, fourth Edition))
 
 
Como reconhecer os primeiros sinais de Autismo?
 
 

No XI Congresso de IP realizado nos dias 16 e 17 de Novembro de 2013 no Hospital Pediátrico de Coimbra, o Dr. Luís Borges focou a sua apresentação num sinal que considera importante para o despiste de Perturbações do Espetro do Autismo desde os primeiros meses de idade: a atenção conjugada, ou partilhada. Na sua opinião, este deverá ser o mais importante sinal a que todos os pais e educadores devem estar atentos. Há estudos que revelam que as crianças que numa idade posterior são diagnosticadas com Perturbações do Espetro revelavam já desdes os primeiros meses de idade ausência de atenção partilhada/conjugada. Não partilhavam o olhar, o objeto, a atenção.. Deixo-vos aqui esta partilha, que poderá ser uma valiosa ajuda!

Dificuldades de Aprendizagem Específicas, contributos para uma definição portuguesa, Luís de Miranda Correia, Porto Editora

 
DAE-DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ESPECÍFICAS

"As dificuldades de aprendizagem específicas dizem respeito à forma como um indivíduo processa a informação - a recebe, a integra, a retém e a exprime -, tendo em conta as suas capacidades e o conjunto das suas realizações. As dificuldades de aprendizagem específicas podem, assim, manifestar-se nas áreas da fala, da leitura, da escrita, da matemática e/ou da resolução de problemas, envolvendo défices que implicam problemas de memória, percetivos, motores, de linguagem, de pensamento e/ou metacognitivos. Estas dificuldades, que não resultam de privações sensoriais, deficiência mental, problemas motores, défice de atenção, perturbações emocionais ou sociais, embora exista a possibilidade de estes ocorrerem em concomitância com elas, podem, ainda, alterar o modo como o indivíduo interage com o meio envolvente", Luís de Miranda Correia


No livro sugerido no âmbito do mestrado em DAE, o autor começa por relembrar que há grandes homens e grandes mulheres que apresentaram um percurso escolar desastroso devido a dificuldades de aprendizagem específicas não diagnosticadas. No entanto, revelaram um excelente desempenho na vida adulta: Einstein, Allan Poe, Salvador Dalí...
Existem DAE subtis e DAE severas, ambas exigindo uma intervenção multidisciplinar e co-terapêutica, intervenção essa que deve ser integrada e sistémica. Ao longo dos tempos, muitos autores se têm debruçado sobre o tema, sendo comum encontrar outros sinónimos para DAE, como por exemplo, "desordem", "distúrbio", "perturbação", "transtorno", "discapacidade", entre outros.
Miranda Correia propõe uma definição que revela, acima de tudo, a sua preocupação com os alunos e com todos os intervenientes que têm de lidar com os alunos que apresentam DAE-pais, educadores, administradores, políticos,... A sua definição revela experiência e muito conhecimento.
A questão que coloca é: o que deve ser valorizado na definição de DAE para que se abra caminho a uma operacionalização que permita a implementação e o enriquecimento de programas para alunos com DAE? Apresentam-se assim parâmetros fundamentais:
a) as DAE ocorrem num contexto educacional adequado,
b) ilustram um perfil de descrepância entre o potencial de aprendizagem e o desempenho,
c) contêm fatores de exclusão e
d) consubstanciam fatores de inclusão.
Miranda Correia enfatiza o processamento de infomação, referindo que a origem neurológica das DAE deve ser cada vez mais um aspeto a considerar. Deve batalhar-se por "princípios de inclusão, de equidade, de respeito pela diferença e de individualização". O maior desafio que se apresenta é a qualidade do ensino, dos suportes e dos serviços proporcionados pelo sistema de ensino!
É assustador ler que 5% dos alunos portugueses têm DAE e que em Portugal as DAE ainda não são inseridas nas NEE (Necessidades Educativas Especiais).
 
"Será a forma como observamos e avaliamos os alunos com DAE que determinará o seu tipo de dificuldade de aprendizagem e a sua elegibilidade para os serviços de Educação Especial. O mesmo é dizer que, para terem sucesso, os alunos com DAE devem ser identificados o mais precocemente possível, através de observações e avaliações especializadas que levem a intervenções específicas que envolvam não só a  escola, como também a família e a comunidade."
 
Aconselho vivamente a leitura deste livro a todos os pais e educadores!


terça-feira, 5 de novembro de 2013

EdiLIM-Livros Interativos Multimédia

 
O Edilim é um programa que permite criar livros multimédia. Deste modo, torna-se mais fácil criar materiais multimédia específicos e de acordo com as dificuldades/necessidades educacionais dos nossos alunos. Poderá também ser facilmente utilizado pelos pais! Deixo-vos um vídeo explicativo.