terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Compreender a Dislexia

A Dislexia caracteriza-se por uma dificuldade frequente em processar informação de caráter fonológico, ou seja, dificuldades na identificação, articulação e uso dos diferentes sons da língua.

Os padrões de dislexia típicos são:

-inversão de letras na leitura e na escrita;
-omissão de palavras na leitura e na escrita;
-dificuldade em converter letras em sons e em palavras;
-dificuldade em recuperar da memória sons e letras;
-dificuldade em aprender o significado a partir de letras e de sons.

É necessário que a ocorrência destes padrões seja consistente e recorrente para que se possa diagnosticar dislexia a uma criança.

Causas?

Apesar de grande parte das definições de dislexia reconhecer a ocorrência de um tipo de perturbação grave da leitura, não existe concordância e clareza quanto à sua causa. A posição que recebe mais apoio é de que a dislexia é uma desordem do foro neurológico, caracterizada por frequentes inversões de letras e de palavras. Existem provas de que é causada por um mau funcionamento de certas áreas do cérebro ligadas à linguagem. As células cerebrais dos disléxicos encontram-se organizadas de forma diferente dos indivíduos que não apresentam dislexia, revelando um maior número de células nervosas deslocadas e organizadas de forma não usual, com um padrão diferente de distribuição, em especial nas áreas corticais da linguagem. Nos disléxicos o tecido nervoso da região temporal do córtex cerebral é maior no hemisfério direito do que no esquerdo. É também detetada com frequência herança genética na família.
 
in Compreender a Dislexia, um guia para pais e professores, Kathleen Anne Hennigh


terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Learning Disabilities

"It became increasingly clear that for educational change to be both beneficial and lasting, it must include strengthened collegial relations. We need one another's viewpoints (...) we all need a far more comprehensiveviw of the complexities of classroom life, especially as these affect youngsters with learning disabilities."
 
Katherine Garret, in Thinking about inclusion and learning disabilities. A teacher's Guide, DLD

Over time, a number of LD definitions have been proposed, but none emerged as an unequivocal favorite. Presently, the two definitions enjoying the greatest support in the USA are the legislative definition found in the Individuals with Disabilities Education ACT and the one proposed by the National  Joint Committee on Learning Disabilities.
The first formal definition was offered by Samuel Kirk (1962) in the text Educating Exceptional Children:

"A learning disability refers to a retardation, disorder, or delayed  development in one or more of the processes of speech, language, reading, writing, arithmetic, or other school subjects resulting from a psychological handicap caused by a possible cerebral dysfunction and/or emotional or bahavioral disturbances. It is not the result of mental retardation, sensory deprivation, or cultural and instructional factors."

This definition was the first to introduce the notion of psychological process disorders, focusing on processing problems and how they interfer with academic performance. With the recognition of LD by the federal government, it was necessary to provide a definition for legislation establishing the new special education category. That definition was provided by the National Advisory Committee on Handicapped Children (NACHC), in 1968. The NACHC emphasized the notion of specific LD.
 
Dyslexia is  a specific LD that has a neurological origin. It is characterized by difficulties with accurate and/or fluent word recognition and by poor spelling and decoding abilities. These difficulties typically result from a deficit in the phonological component of language that if often unexpected in relation to other cognitive abilities. Ther common learning disabilities are dyscalculia, dysgraphia, auditory and visual processing disorders and non-verbal learning disabilities.
 
 

Bibliography:
Garret, Katherine, Thinking about Inclusion and Learning Disabilities: a teachers guide
Kavale, Keneth A., Forness, Steven R, What definitions of Learning Disabilitiy Say and don't say, a criticl analysis
National Center for Learning Disabilities, The State of the Learning Disabilities
 

Dificuldade de Aprendizagem. Que são? Como entendê-las?

"Quanto a nós, embora possamos considerar um conjunto de fatores, como o são a motivação e auto-estima do aluno e o envolvimento dos pais, entre outros, será a qualidade do ensino ministrado que fará a diferença. A paciência, o apoio e o encorajamento prestado pelo professor serão concerteza os impulsionadores do sucesso escolar do aluno, abrindo-lhe novas perspetivas para o futuro." Luís de Miranda Correia, in Dificuldade de Aprendizagem. Que são? Como entendê-las?, Coleção Educação, Porto Editora
 

Nos últimos 20 anos o número de alunos em Portugal com DA aumentou, tendo passado de umas dezenas de milhar para mais de uma centena de milhar. É um grupo heterogéneo, ao qual o apoio nas escolas falta, o que conduzirá a situações futuras de abandono escolar, delinquência, toxicodependência, alcoolismo, desemprego. Em Portugal continuamos a discutir o conceito, enquanto que nos EUA, por exemplo, desde 1962 que Samuel Kirk, considerado o pai das DA, o investiga.

Em Portugal usa-se o termo dificuldades de aprendizagem em dois sentidos distintos: o lato e o restrito. No sentido lato o termo diz respeito a todo o conjunto de problemas de aprendizagem; no sentido restrito refere-se à incapacidade ou impedimento para a aprendizagem numa ou mais áreas académicas, podendo até envolver a área socioemocional.

Mas, então, o que são as DA?

Numa perspetiva orgânica são desordens neurológicas que interferem com a receção, integração ou expressão de informação, caracterizando-se por uma discrepância acentuada entre o potencial estimado do aluno e  a sua realização escolar, isto é, a performance não é coincidente com o QI. Numa perspetica educacional diz respeito a uma incapacidade ou impedimento para a aprendizagem da leitura, da escrita ou do cálculo, ou para a aquisição de aptidões sociais.
 
As DA não são o mesmo que deficiência intelectual, deficiência visual, deficiência aiditiva, perturbações emocionais, autismo!
 
Um aluno não terá dificuldades de aprendizagem (DA) quando os seus problemas de aprendizagem são devidos principalmente a uma privação sensorial, a deficiência intelectual, a perturbações emocionais, a fatores ambientais ou a diferenças culturais...
 
O que causa as DA?
 
As causas das DA mantêm-se desconhecidas na maioria dos casos. No entanto, presume-se que tenham a sua origem no sistema nervoso central, ou seja, têm uma origem neurológica.
 
Que fatores?
 
Os fatores podem ser pré natais, como hereditariedade, excesso de radiação, uso de álcool e/ou drogas durnate a gravidez, insuficiências placentárias, incomaptibilidade Rh com a mãe, parto prolongado ou difícil, hemorragias intracranianas durante o nascimento e anoxia, ou pós natais, como traumatismos cranianos, tumores, derrames cerebrais, malnutrição, substâncias tóxicas, negligência ou abuso físico.
 
Como identificar e a avaliar as DA?
 
A identificação deve ser o mais precoce possível através da observação cuidadosa dos comportamentos da criança por parte dos educadores e dos pais. Existe um conjunto de sinais contínuos e frequentes, que ao serem observados devem ser registados em  tabelas de verificação (Escala de Comportamento Escolar (Correia, 1983)/Lista de verificação do Centro nacional Americano para as Dificuldades de Aprendizagem (1997)).
Não existem indicadores isolados para a identificação das DA.
Todo o processo de identificação e avaliação deve ocorrer em colaboração, possibilitando a elaboração de uma primeira intervenção educativa. Devem ser determinados os serviços adicionais-Serviços de Educação Especial- necessários para maximizar o potencial do aluno. Deve ser constituída uma equipa multidisciplinar, que engloba os pais, o professor do aluno, o professor de Educação Especial, os médicos, o psicólogo, o terapeuta da fala, entre outros considerados necessários.
 
O aluno só deve ser considerado com DA se o seu funcionamento intelectual estiver na média ou acima dela; se existir uma discrepância significativa entre o seu potencial estimado e a sua realização escolar; e se o seu insucesso escolar for devido a problemas numa ou mais das seguintes áreas: fala, leitura, escrita, matemática  e raciocínio. Salienta-se ainda que problemas de concentração e de atenção, de memória e de ajustamento social são também comuns nos alunos com DA!
 
Que modalidades de atendimento/tipo de serviços para o aluno com DA?
 
A lei em Portugal requer que todo o aluno tenha acesso a um conjunto de serviços adequados às suas necessidades, na classe regular sempre que possível. Para os alunos com DA deve ser considerado um conjunto de fatores que podem facilitar/promover a sua parendizagem: a reestruturação do ambiente educativo, a simplificação das instruções das tarefas escolares, o ajustamento de horários, a alteração de textos e de trabalhos de casa, o uso das TIC, a alteração das propostas de avaliação e, quando necessário, serviços adicionais, como a psicologia, a terapia da fala, a terapia ocupacional, serviços clínicos e sociais.
 
in Dificuldade de Aprendizagem. Que são? Como entendê-las?, Luís Miranda Correia, Ana Paula Martins, Coleção Educação, Porto Editora
 
 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Classificação das NEE (Necessidades Educativas Especiais)

"Os alunos com necessidades educativas especiais são aqueles que, por exibirem determinadas condições específicas, podem necessitar de apoio de serviços de educação especial durante todo ou parte do seu percurso escolar, de forma a facilitar o seu desenvolvimento académico, pessoal e socioemocional"


As NEE podem ser divididas em dois subgrupos: significativas e ligeiras.
As NEE significativas são aquelas em que a adaptação do currículo é generalizada, numa ou mais áreas académicas e/ou socioemocional. Podem ser de caráter intelectual (deficiência intelectual, por exemplo), de caráter processológico (DAE-Dificuldades e Aprendizagem Específicas, como a dislexia, a discalculia, entre outras), de caráter emocional (esquizofrenia, psicoses), e de caráter físico e de saúde (paralisia cerebral, espinha bífida, distrofia muscular). Inserido ainda nesta última categoria incluem-se os problemas sensoriais: os problemas de visão e os problemas de audição. No que diz respeito à visão, podemos considerar duas subcategorias: os cegos e os amblíopes (visão reduzida); os problemas de audição dividem-se igualmente em duas subcategorias; os surdos e os hipoacúsicos. Existem ainda outros grupos de alunos com NEE, como os que apresentam problemas provocados por traumatismo craniano e os alunos com perturbações do espetro do autismo.
As NEE ligeiras são aquelas em que a adaptação do currículo escolar é parcial, num certo momento do percurso escolar do aluno. Podem manifestar-se como problemas ligeiros de leitura, escrita ou cálculo, atrasos ou perturbações menos graves ao nível do desenvolvimento motor, percetivo, linguístico ou socioemocional.
 
Quer nas NEE significativas, quer nas ligeiras, os estudos comprovam que o aluno beneficia de um ambiente precoce rico e estimulante. Quando tal acontece, verificam-se aumentos significativos no funcionamento intelectual e no desenvolvimento geral. Assim, "os objetivos educacionais para as crianças com NEE ligeiras devem ser os mesmos que os definidos para as outras crianças: melhorar a sua cognição e a sua capacidade de resolução de problemas enquanto sujeitos de aprendizagem."
 
Classificação das NEE por ordem decrescente da sua prevalência:
 
1º DA- Dificuldades de Aprendizagem;
2º Problemas de Comunicação;
3º Deficiência Intelectual;
4º Perturbações Emocionais ou do comportamento;
5º Multideficiência;
6º Deficiência Auditiva;
7º Problemas Motores;
8º Outros Problemas de Saúde;
9º Desordem por Défice de Atenção e Hiperatividade
10º Deficiência Visual
11º Autismo;
12º Surdo-cegueira;
13º Traumatismo craniano;
14º Sobredotação

A prevalência em percentagem é a que se segue: DA 48%, Problemas de Comunicação 22%, Deficiência Intelectual 14%, Problemas de Comportamento 10%, Outros 6%
 
 
 in Inclusão e Necessidades Educativas Especiais, um guia para educadores e professores, Luís de Miranda Correia, 2ª Edição, Porto Editora

MAD-Modelo de Atendimento à Diversidade

O MAD é um modelo de intervenção pensado há mais de 15 anos por Luís de Miranda Correia, semelhante ao método Resposta-à-Intervenção. É um modelo de intervenção faseado que se pode aplicar  com todos os alunos, muito embora esteja particularmente voltado para a intervenção com alunos com NEE, procurando encontrar soluções apoiadas nas boas práticas educativas, antes de encaminhar o aluno para os Serviços de Educação Especial.
 
O MAD tem quatro componentes essenciais: o conhecimento, a planificação, a intervenção e a verificação.
 
a) conhecimento do aluno, a sua identificação, a identificação dos seus estilos de aprendizagem, dos seus interesses, das suas capacidades e das suas necessidades, determinando os seus níveis de realização académica e social, analisando os seus ambientes de aprendizagem;
 
b) planificação para a intervenção, analisando-se a informação recolhida sobre o aluno e sobre os seus ambientes de aprendizagem;
 
d) intervenção preliminar, de caráter preventivo, compreensiva, de caráter educacional, e compreensiva, de caráter transicional.
 
Este modelo chama a atenção para a importância de intervir precocemente, logo que o aluno começa a experimentar problemas nas suas aprendizagens, certificando-se que receba apoios adequados, baseados no uso de estratégias apoiadas pela investigação.
 
 
Salienta ainda que uma escola contemporânea "deve englobar um sentido de comunidade e de responsabilidade, uma liderança crente  eficaz, padrões de qualidade elevados, colaboração e cooperação, mudança de papéis por parte dos educadores e professores e demais profissionais de educação, disponibilidade de serviços, criação de parcerias, designadamente com pais, ambientes de aprendizagem flexíveis, estratégias de aprendizagem baseadas na investigação, novas formas de avaliação, desenvolvimento profissional continuado e participação total"

Todo o processo descrito deve obedecer a um princípio fundamental: o da confidencialidade.
 
in Inclusão e Necessidades Educativas Especiais, um guia para educadores e professores, Luís de Miranda Correia, 2ª Edição, Porto Editora

domingo, 1 de dezembro de 2013

A Escola Contemporânea e a Inclusão de Alunos com NEE, Luís de Miranda Correia, Porto Editora

Neste seu livro, Miranda Correia começa por alertar para o facto deveras preocupante de que mais de metade dos alunos com Necessidades Educativas Especiais Significativas (NEES) não está a receber uma educação apropriada às suas características e necessidades. Apresenta de seguida o Movimento da Inclusão, alicerçado na máxima de que toda a criança tem o direito de iniciar o seu percurso escolar na escola da sua residência, lado a lado com os seus pares sem NEE. Contudo, refere que não basta inserir uma criança ou adolescente numa classe regular ou numa escola regular. É necessário que lhe sejam proporcionadas condições que permitam maximizar o seu potencial com respostas eficazes, na escola, e não fora dela! Com o apoio, se necessário, dos Serviços de Educação Especial.
Mary Warnock, mentora do termo "Necessidades Educativas Especiais", e uma defensora acérrima dos movimentos de Integração e de Inclusão, refere que a inclusão se baseia nas capacidades e necessidades da criança, vista como um todo, e não apenas no seu desempenho académico. O princípio da Inclusão está intimamente ligado à Escola Contemporânea, que tem também ela em atenção a criança-todo, e não só a criança-aluno, respeitanto três níveis de desenvolvimento essenciais: académico, socioemocional e pessoal.
Acrescenta ainda que a Inclusão deve admitir um contínuo educacional em que a modalidade de atendimento mais adequada para o aluno com NEE deverá ser determinada pelo PEI (Programa Educativo Individualizado).

Miranda Correia defende que "só deve ser considerada a saída do aluno com NEE da classe regular quando o seu sucesso escolar (académico e social) não possa ser assegurado na classe regular, mesmo com a ajuda de apoios e serviços suplementares"

Além de considerar o aluno como um todo e como centro de atenção por parte da escola, da família e da comunidade, considera o Estado como um fator essencial a ter em conta, pois revela-se fundamental o seu papel em todo o processo que leve à criança um sistema inclusivo eficaz.

Um livro importante para todos os pais e educadores. Um livro capaz de alertar os pais para os direitos dos seus fihos com NEE, incentivando-os a manterem-se informados e a exigirem o cumprimento da lei. Um livro que realça a necessidade de formação especializada na área das NEE para todos os professores!

domingo, 24 de novembro de 2013

Perturbações da Linguagem e da Comunicação



"Os problemas de comunicação dizem respeito, essencialmente, aos problemas da fala e da linguagem. Por problemas da fala entendem-se as perturbações ligadas à voz, à articulação dos sons e à fluência. Estas perturbações ocorrem na transmissão e uso do sistema smbólico oral. Por problemas de linguagem entendem-se as perturbações ou o desenvolvimento atípico da compreensão e/ou do uso do sitema simbólio falado, escrito e/ou qualquer outro. As perturbações podem envolver:
(1) a forma da linguagem (fonologia, morfologia e sintaxe);
(2) o conteúdo da linguagem (semântica);
(3) a função comunicativa da linguagem em qualquer combinação (pragmática)."
 
(American Speach-Language-Hearing Association/ASHA, 1992 in A Escola Contemporânea e a inclusão de alunos com NEE, Luís de Miranda Correia, p.26, Porto Editora)


Comunicação Aumentativa e Alternativa


O silêncio também é uma forma de comunicar.

“Ser sensível aos silêncios e aprender a interpretá-los é uma exigência da comunicação” (Fachada, 2006)

No últimos anos verifica-se em Portugal uma preocupação crescente em proporcionar intervenções adequadas a crianças e jovens com NEE e a adultos com problemas de comunicação e linguagem. Deve-se pensar, pois, nas opções que os profissionais que intervêm nesta área têm disponíveis. Não há receitas, devendo acima de tudo a intervenção privilegiar a adequação de contextos e de atitudes, tendo em vista melhorar  a qualidade de vida de crianças, jovens e adultos com problemas de comunicação e linguagem. Usam-se, pois, signos gestuais, gráficos e tangíveis entre pessoas com DAE.
Há um número significativo de pessoas que não é capaz de comunicar através da fala, ou nas quais a fala não é suficiente. Assim, necessitam de um modo de coomunicação não oral como complemento da fala.
 
"O fato de se proporcionar uma forma de comunicação alternativa às crianças  e aos adultos que não podem expressar-se através da fala tem como consequência melhorar a sua qualidade de vida, proporcionando-lhes uma maior controlo sobre a sua vida e maior auto-estima, dando-lhes oportunidade de sentirem maior igualdade na sociedade."
(in Introdução à Comunicação Aumentativa e Alternativa, Stephen von Tetzchner, Harald Martinsen, Porto Editora)
 
A escolha do sistema de comunicação deve ponderar a situação global de cada pessoa!
 
A comunicação alternativa poderá ser  a principal forma de comunicação de todos os que não conseguem falar, ou dos que apresentam problemas de fala menos graves. Podem necessitar dela para aprender a falar ou para aumentar a sua comunicação e tornar a fala mais compreensível.

1) Comunicação Alternativa:  é qualquer forma de comunicação diferente da fala e usada por um indivíduo em contextos de comunicação frente a frente. Os signos gestuais e gráficos, o código Morse, a escrita, entre outros, são formas alternativas de comunicação para indivíduos que carecem da capacidade de falar.
2) Comunicação Aumentativa: significa comunicação complementar ou de apoio. A apalvra "aumentativa" sublinha o fato de o nsino das formas alternativas de comunicação ter um duplo objetivo: promover e apoiar a fala e garantir uma forma de comunicação alternativa se a pessoa não aprender a falar.

Os elementos que constituem os sistemas alternativos de comunicação são signos gestuais (incluem a língua gestual dos surdos e outros signos realizados com as mãos), os signos gráficos (incluem todos os signos produzidos graficamente, como o BLISS, SPC, PIC, Rebus, entre outros) e os signos tangíveis (geralmente feitos em madeira ou plástico, como por exemplo, as fichas Premack). Alguns signos tangíveis são elaborados para cegos ou pessoas com deficiência visual e podem ser designados como "signos táteis". também são feitos em plástico ou madeira, apresentado formas e texturas diferentes.
 
(in Introdução à Comunicação Aumentativa e Alternativa, Stephen von Tetzchner, Harald Martinsen, Porto Editora)
 
 

 

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Perturbações do Espetro do Autismo

 
O que é o Autismo?
 
"Desordem do desenvolvimento caracterizada por uma dificuldade significativa e comunicar e interagir socilamente e pela presença de comportamentos atípicos tal como respostas inusitadas e insistência nas rotinas ou uniformidade." (in Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, fourth Edition))
 
 
Como reconhecer os primeiros sinais de Autismo?
 
 

No XI Congresso de IP realizado nos dias 16 e 17 de Novembro de 2013 no Hospital Pediátrico de Coimbra, o Dr. Luís Borges focou a sua apresentação num sinal que considera importante para o despiste de Perturbações do Espetro do Autismo desde os primeiros meses de idade: a atenção conjugada, ou partilhada. Na sua opinião, este deverá ser o mais importante sinal a que todos os pais e educadores devem estar atentos. Há estudos que revelam que as crianças que numa idade posterior são diagnosticadas com Perturbações do Espetro revelavam já desdes os primeiros meses de idade ausência de atenção partilhada/conjugada. Não partilhavam o olhar, o objeto, a atenção.. Deixo-vos aqui esta partilha, que poderá ser uma valiosa ajuda!

Dificuldades de Aprendizagem Específicas, contributos para uma definição portuguesa, Luís de Miranda Correia, Porto Editora

 
DAE-DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ESPECÍFICAS

"As dificuldades de aprendizagem específicas dizem respeito à forma como um indivíduo processa a informação - a recebe, a integra, a retém e a exprime -, tendo em conta as suas capacidades e o conjunto das suas realizações. As dificuldades de aprendizagem específicas podem, assim, manifestar-se nas áreas da fala, da leitura, da escrita, da matemática e/ou da resolução de problemas, envolvendo défices que implicam problemas de memória, percetivos, motores, de linguagem, de pensamento e/ou metacognitivos. Estas dificuldades, que não resultam de privações sensoriais, deficiência mental, problemas motores, défice de atenção, perturbações emocionais ou sociais, embora exista a possibilidade de estes ocorrerem em concomitância com elas, podem, ainda, alterar o modo como o indivíduo interage com o meio envolvente", Luís de Miranda Correia


No livro sugerido no âmbito do mestrado em DAE, o autor começa por relembrar que há grandes homens e grandes mulheres que apresentaram um percurso escolar desastroso devido a dificuldades de aprendizagem específicas não diagnosticadas. No entanto, revelaram um excelente desempenho na vida adulta: Einstein, Allan Poe, Salvador Dalí...
Existem DAE subtis e DAE severas, ambas exigindo uma intervenção multidisciplinar e co-terapêutica, intervenção essa que deve ser integrada e sistémica. Ao longo dos tempos, muitos autores se têm debruçado sobre o tema, sendo comum encontrar outros sinónimos para DAE, como por exemplo, "desordem", "distúrbio", "perturbação", "transtorno", "discapacidade", entre outros.
Miranda Correia propõe uma definição que revela, acima de tudo, a sua preocupação com os alunos e com todos os intervenientes que têm de lidar com os alunos que apresentam DAE-pais, educadores, administradores, políticos,... A sua definição revela experiência e muito conhecimento.
A questão que coloca é: o que deve ser valorizado na definição de DAE para que se abra caminho a uma operacionalização que permita a implementação e o enriquecimento de programas para alunos com DAE? Apresentam-se assim parâmetros fundamentais:
a) as DAE ocorrem num contexto educacional adequado,
b) ilustram um perfil de descrepância entre o potencial de aprendizagem e o desempenho,
c) contêm fatores de exclusão e
d) consubstanciam fatores de inclusão.
Miranda Correia enfatiza o processamento de infomação, referindo que a origem neurológica das DAE deve ser cada vez mais um aspeto a considerar. Deve batalhar-se por "princípios de inclusão, de equidade, de respeito pela diferença e de individualização". O maior desafio que se apresenta é a qualidade do ensino, dos suportes e dos serviços proporcionados pelo sistema de ensino!
É assustador ler que 5% dos alunos portugueses têm DAE e que em Portugal as DAE ainda não são inseridas nas NEE (Necessidades Educativas Especiais).
 
"Será a forma como observamos e avaliamos os alunos com DAE que determinará o seu tipo de dificuldade de aprendizagem e a sua elegibilidade para os serviços de Educação Especial. O mesmo é dizer que, para terem sucesso, os alunos com DAE devem ser identificados o mais precocemente possível, através de observações e avaliações especializadas que levem a intervenções específicas que envolvam não só a  escola, como também a família e a comunidade."
 
Aconselho vivamente a leitura deste livro a todos os pais e educadores!


terça-feira, 5 de novembro de 2013

EdiLIM-Livros Interativos Multimédia

 
O Edilim é um programa que permite criar livros multimédia. Deste modo, torna-se mais fácil criar materiais multimédia específicos e de acordo com as dificuldades/necessidades educacionais dos nossos alunos. Poderá também ser facilmente utilizado pelos pais! Deixo-vos um vídeo explicativo.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Dificuldades de Aprendizagem Especificas



 

Dislexia



 
A Dislexia caracteriza-se por uma dificuldade recorrente em processar informação de caráter fonológico (identificação, articulação e uso dos diferentes sons da língua).
Os padrões de dislexia típicos são:
-inversão de letras na leitura e na escrita;
-omissão de palavras na leitura e na escrita;
-dificuldade em converter letras em sons e em palavras;
-dificuldade em usar sons para criar palavras;
-dificuldade em recuperar da memória sons e letras;
-dificuldade em aprender o significado a partir de letras e sons.
A dislexia só pode ser diagnosticada a uma criança quando a acorrência destes padrões for consistente e recorrente. É, portanto, uma Dificuldade de Aprendizagem Específica, uma desordem neurológica.
Os pais poderão ser os primeiros a observarem estas dificuldades nos seus filhos, mesmo antes do professor. É possível observar determinadas características de forma mais frequente e acentuada:
-lateraliade mista: não manifesta preferência pelo uso da mão esquerda ou da mão direita;
-incapacidade de seguir uma sequência de instruções;
-não presta atenção;
-não consegue estar sentado sem se mexer;
-perturba os outros;
-irrita-se com facilidade;
-teimosia;
-não conclui os trabalhos;
-imaturidade.
No que diz respeito à sala de aula, o professor deve indicar a criança para uma avaliação compreensiva assim que suspeite que algo não está bem. São testes de leitura informais que o mesmo pode aplicar: Registo Qualitativo de Leitura (Leslie & Caldwell, 1990) e Registo Simultâneo (Clay, 1979). O diagnóstico só pode ser feito por especialistas no domínio da leitura ou da linguagem.
 
Como pode um pai ajudar o seu filho a ler?
-dar o exemplo, lendo com prazer;
-incentivar a manusear os livros;
-ler em voz alta para ele, tornado o momento especial;
-proporcionar momentos de leitura relaxante antes de adormecer;
-procurar livros do interesse do filho;
-debater livros em família;
-pedir ao filho que leia para si;
-incentivar o filho a partilhar o que leu;
-visitar a biblioteca;
-leiam ambos livros sobre o mesmo tema  epartilhem o que aprenderam;
-Elogie-o.

Para o aprofundamento deste tema aconselho vivamente a leitura do livro Compreender a Dislexia, um guia para pais e professores, de Kathleen Anne Henningn, também ela diagnosticada aos 7 anos com dislexia. 
 
 
 

O Jogo da Mimocas


"A Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21, desenvolveu em 1999, em parceria com a Escola Superior de Educação de Santarém, o software educativo Os Jogos da Mimocas, financiado pelo Secretariado Nacional de Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência. Em 2001, foi premiado pelo X Concurso Nacional de Software Educacional (Programa Nónio Séc. XXI).
Com o grande sucesso alcançado, junto dos pais, técnicos de educação, a equipa de concepção e desenvolvimento de projectos da APPT21, desenvolveu fichas de actividades de promoção da leitura e escrita, utilizando as imagens e os conceitos definidos na metodologia de base dos Jogos da Mimocas.
As Fichas de Actividades encontram-se estruturadas em várias categorias ou actividades propostas, por ordem sequencial de progressão: comparação, categorização, identificação, corresponder, leitura, fonética, silabação, escrita. Existe ainda o dicionário ilustrado de palavras.
Para cada categoria foram definidos objectivos gerais e objectivos específicos. Em cada objectivo específico, existe um conjunto de fichas de actividades relacionadas. Existe um grau de progressão de dificuldade, identificado pelo número da ficha visível no canto inferior direito. Significa que uma ficha com um número baixo, representa um grau de dificuldade reduzido.(...)"




segunda-feira, 28 de outubro de 2013


"Life is Game é um jogo que visa ajudar indivíduos, sem induzir stress, a reconhecer as emoções faciais de um modo interativo(...) O objetivo principal do projeto é ajudar crianças com Perturbações do Espetro Autista a desenvolverem as suas capacidades comunicativas de um modo lúdico e sem a indução de stress, usando personagens virtuais e a análise em tempo real de expressões faciais",  www.portointeractivecenter.org





Inclusão Digital

"O acesso às tecnologias da informação e da comunicação, também chamado inclusão digital, está diretamente relacionado, no mundo atual, aos direitos básicos à informação e à liberdade de opinião e expressão." in "Empresa, governo e sociedade: a tríplice aliança no contexto da inclusão digital", João Batista Bottentuit Junior, Rosana Marques Firmo


O termo Inclusão Digital refere-se ao acesso às Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC's) por parte de toda a população, permitindo-lhe mais e novas oportunidades. A pessoa "incluida digital" ganha qualidade de vida na medida em que pode realizar várias tarefas através destas ferramentas e mesmo online, rentabilizando o seu tempo. Quando há inclusão digital há, por acréscimo, inclusão social, uma vez que socialmente estamos impedidos de aceder a vários serviços e informações, programas, concursos, empregos se não tivermos acesso às Tecnologias da Informação. É igualmente verdade que a inclusão social pode também aprofundar a exclusão social, isto é, quem não tem acesso às Novas tecnologias, quem não tem acesso a um computador e a Internet, acaba por ser excluído socialmente.
A Inclusão Digital assume um papel ainda mais importante se pensarmos na questão da acessibilidade das pessoas com necessidades especiais. A Inclusão Digital permite-lhes melhorar a sua qualidade de vida, possibilitando-lhes o acesso físico ou virtual a todos os lugares. A Inclusão Digital é, deste modo, a democratização das tecnologias. No entanto, não se pense que é bastante ter um computador e saber informática. É necessário certificarmo-nos que o conhecimento adquirido permitirá que melhore a sua condição social, que simplifique a sua rotina diária, que maximize o seu tempo e as suas potencialidades!